Ela é daquele tipo que não desperta comentários, desconfianças, interrogações. Ela parece simplesmente existir, e existe, mexe com a imaginação de alguns e com a realidade de outros.
Fazendo o tipo boa moça, quieta, de olhar cativante, um anjo. Engana-se quem acredita nesta ingenuidade, surpreendem-se os que a conhecem de verdade.
A história começa com uma simples viagem a trabalho, um workshop, uma reunião chata com um bando de chatos sobre o mesmo assunto, tudo muito repetitivo, tudo muito normal. Mas quem disse que com ela as coisas são normais? De apresentação aqui, apresentação acolá a manhã e a tarde vão se desenrolando, até que eles marcam um jantar, um jantar que tinha tudo para ser chato, com aqueles chatos. Mal sabiam eles que ela iria atacar. Com uma roupa pouco formal e suas curvas insinuantes ela desfilou pelo restaurante até a mesa, os coitados que bocejavam em sua apresentação foram arregalando o olho e segurando o queixo a cada passo daquela dama da noite no salão. Ela sentou-se e começou a admirar o que poderia ser sua vítima, canalizando seu olhar sedento por prazer, mas aquele não deu certo, era um chato, de fato, um chato desligado que havia perdido uma noite que poderia ser inesquecível.
Do outro lado, em outra mesa, surgia um interessado, um forasteiro do mesmo grupo que não havia apresentado suas credenciais, mas ao mesmo tempo estava retomando o tempo perdido, começou a encarar a bela jovem, sugerindo que poderia algo mais, se ela quisesse, é claro. Ela se deixou levar e os dois se aproximaram, conversaram sobre os assuntos banais que eram os mais interessantes daquela noite, assuntos pelos quais os desejos se transportam, palavras inúteis que servem apenas de tapete mágico para a perversão. E assim foi.
Da companhia, vieram os chopp's, as gargalhadas, as coisas em comum e sem sentido e o início de uma recíproca de mãos bobas sob a mesa que incentivavam a prolongar aquela noite, ela sabia fazer isso, ela sabia que aquilo deixaria qualquer homem louco, e ele ficou.
O nobre cavalheiro se ofereceu para acompanha-la até o hotel que ela estava hospedada, um belo hotel da capital gaúcha, de encontro de executivos até assistentes dos assistentes. Ela fez um charme, ele deu a entender que aquilo era apenas o começo e ela sussurou em meio a um olhar malicioso que o transformou no mais virgem dos adolescentes:
- Vamos ?
Ele não disse nada, a seguiu até o elevador, e tomado por uma taquicardia surpreendente, a acompanhou feito um cão sem dono, enquanto ela o encarava com os olhos de um torturador profissional, ela sabia o que iria fazer, e fez.
Depois de entrar naquele quarto, nem Deus e nem o Diabo sabem o que ocorreu ali dentro, e dali sucedeu-se uma noite que só terminou no outro dia pela manhã, um beijo as sete horas da manhã, um até logo, uma taxa extra de hotel paga pela singela dama.
O pobre rapaz até hoje pergunta por ela a pessoas em comum, restou apenas aquela lingerie insinuante e mínima que coroou a noite mais inesquecível da sua vida, apenas uma lembrança que não será relembrada.
E ela continua sendo aquela boa moça, de boa família, aquela moça ingenua, um anjo de olhar cativante.
Pura sensualidade... UIE
ResponderExcluir