
Eu sei, amigo. Tá difícil, complicado mesmo.
A vida não está fácil. As coisas custam um absurdo, o dinheiro não acompanha o mês.
O desemprego vem e toma nossos sonhos, reduz nossas ambições, negativa nossas expectativas.
A conversa não rende mais como rendia. Não nos sentimos tão donos de nossos assuntos preferidos como antes, andar de cabeça erguida fica mais complicado, estamos pesados, com a aura turva, se é que existe aura.
As contas chegam, o dinheiro é limitado, restrito, reservado, curto. Tem um seguro desemprego, parece um alívio, parece, pois acaba, dura dois, três, cinco meses, serve para um alívio a curto prazo, mas essas manchetes de empresas fechando nos deixa com a esperança em baixa, não se fala coisa boa.
É, fica mais difícil sorrir, fica mais complicado ter paciência, esperar, o que? Um convite? Pode ser. Tenho amigos nas empresas, será que eles me ajudam? Difícil, complicado, estão cortando na empresa deles também, o responsável pela área não gosta do teu estilo de trabalhar, é complicado mesmo.
Aquela frase de uma pessoa querida dizendo que eu deveria voltar ao fundo do poço porque eu discordava dela politicamente fica fazendo sentido, fica martelando, acompanha em cada momento triste, em cada não, em cada desilusão.
Entrevistas. Muito poucas. O currículo assusta. O currículo é específico. Não há conversa, não há avaliação, não há possibilidade.
O dinheiro está acabando, as pessoas que te recrutam não dão feedback, os amigos que te pediam favores sumiram, pessoas não éticas fecham nossas portas.
Pode parecer exagero, mas é o cotidiano de um desempregado, o cotidiano de mais um dos 11 milhões de desempregados.
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